domingo, 30 de maio de 2010

Parcerias Culturais

Caixa Cultural e Eletrobrás Furnas recebem projetos para ocupação de seus espaços

Estão abertos os editais para a ocupação dos espaços culturais da Caixa Cultural e Eletrobrás Furnas 2011. O Caixa Cultural recebe inscrições para quatro editais de apoio a projetos culturais. Além do novo edital, foram publicados o edital de Ocupação dos Espaços Culturais da Caixa, o de Apoio ao Artesanato Brasileiro e o de Festivais de Teatro e Dança.

Já a Eletrobrás Furnas, com um investimento total de R$ 1.000.000,00, beneficiará projetos de artes visuais, música, cinema e outras, podendo ser nas modalidades de espetáculo, exposição, exibição, palestra, encontro, leitura dramática e lançamento de livro. As inscrições vão até 04 de julho de 2010.

Para mais informações acesse:
www.leidepatrocinio.com.br

sexta-feira, 28 de maio de 2010

COBERTURA

Encontro Municipal de Cultura
Foi realizado, no dia 26/05, na escola municipal Benito Cozzolino, em Piabetá, o Encontro Municipal de Cultura promovido pela secretaria estadual de Cultura (SEC) em parceria com a prefeitura de Magé.
Esses encontros começaram ano passado reunindo gestores públicos de todas as regiões do estado e, como primeiro desdobramento desse diagnóstico, foi criado o PADEC - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cultural dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro que beneficiará todos os municípios do estado (exceto a capital), através do repasse de quinze milhões de reais para projetos estruturantes na área da cultura. E os encontros atuais são para que a sociedade civil também possa contribuir com o processo de construção do Plano Estadual de Cultura (PEC), que irá definir políticas públicas de longo prazo para a cultura do estado do Rio, sendo uma excelente oportunidade de se exercitar a democracia participativa.
A secretária municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Magé, Ionete Reis, abriu o encontro apresentando a equipe da SEC que em seguida exibiu e detalhou todo o processo do Plano, suas etapas e sistema. Após a exibição foi explicado que a reunião já era parte de uma dessas etapas do PEC, na qual se faria um diagnóstico mais refinado para definir o perfil cultural de Magé que irá ajudar a construir os fundamentos para a elaboração de programas e ações que tenham por objetivo a melhoria efetiva do cenário da cultura fluminense. E que ao final deste processo, inédito na história da cultura no estado, as propostas do Plano Estadual de Cultura serão consolidadas em um projeto de lei estadual da Cultura.
Logo depois todos puderam se identificar, apresentando seus nomes, cargos, projetos e entidades que estavam representando. E a surpreendente quantidade de funcionários da educação pública de Magé em contraste com a pouca presença de entidades civis, artistas, produtores e outros agentes culturais mageenses, que estariam legitimando a participação da sociedade civil proposta no convite distribuído pela secretaria estadual de Cultura, sugere entender que o gestor público dá pouca atenção ao setor e não tem interesse em divulgar eventos que estimulem a participação popular para a construção de processos democráticos. Ao contrário dos altos gastos com eventos de entretenimento com artistas e grupos de fora que cobram fortunas para se apresentarem divulgando os feitos administrativos - “Out-door” espalhados pela cidade, carro de som da secretaria de Comunicação com sonoridade além do permitido e exaustiva veiculação e até ônibus para transportar seus “convidados”. Os poucos participantes da reunião que não faziam parte das escolas municipais ficaram sabendo do encontro através do convite enviado direto a eles pela própria secretaria estadual de Cultura.
Durante a reunião, um dos representantes das entidades presentes, a ACEERCOM de Magé, se manifestou informando que ano passado não foi realizada a “Conferência Municipal de Cultura” que garantiria delegados na Estadual. E explicou que Magé só não ficou totalmente fora do processo porque parte da sociedade civil, mesmo sabendo que não poderia mais eleger delegados e com apenas uma semana para realizá-la, insistiu, se articulou, organizou e promoveu, no dia 29/11/2009, a “I Conferência Livre de Cultura de Magé”. Salientou ainda que nenhum representante do executivo, nem do legislativo se fizeram presentes, mesmo sendo oficialmente convidados (protocolo a disposição na entidade). Contudo, conseguiram reunir mais de 50 pessoas na quadra do Instituto de Educação Professor Carlos Camacho para discutir e indicar propostas para as três esferas governamentais, que foram enviadas à Conferência Estadual; trabalho que durou mais de 9 horas. Aproveitando a oportunidade, um outro representante da entidade pediu para que os presentes assinassem o documento que seria passado a todos sugerindo que a "II Conferência Livre de Cultura de Magé" já começasse a ser articulada para agosto, por garantia, caso o gestor resolva novamente não fazer o “dever de casa”. Como o fez recentemente também se negando a realizar a importante “Conferência das Cidades”, impossibilitando Magé de participar de mais um processo democrático fundamental, e para a qual vários segmentos se dispuseram a colaborar com a construção do processo para a realização da mesma (vide "relatório" publicado aqui em postagem anterior - 20/05/2010).
Outra informação importante é que, segundo a secretária Ionete Reis, o prefeito Rozan Gomes encaminhou uma solicitação à Câmara Municipal pedindo que a secretaria de Cultura seja desmembrada da de Educação, Esporte e Lazer. Um sonho de muitos mageenses, segundo manifestações de alguns presentes.
O resultado desse encontro pode ser considerado satisfatório, pois, mesmo com tímida participação da sociedade civil devido a falta de divulgação, a qualidade dos participantes era notória e assim muito se pode discutir e se apresentar sobre o município de Magé.
Estiveram presentes ao encontro, além dos funcionários da educação, o mestre de capoeira PC do Grupo Zé Mussum de Cultura Popular (Ponto de Cultura da Praia de Mauá - Guia de Pacobaíba - 5o. Distrito de Magé) e alguns de seus membros; Eduardo Chaves da Ong Livre Para Viver; Marcos Cesar e Caio Loures da Associação Cultural Educativa, Ecológica e de Radiodifusão Comunitária de Magé - ACEERCOM (rádio comunitária Na Onda FM), entidade que também estava representando o Grêmio Musical Mageense e a Academia Mageense de Letras; Fernando Fernandes, representando a Ong Transparência Magé; a artista plástica Deborah Cidade; Paulo Vitor (FUNASA), Ubiraci do Amaral, do Grupo Ambientalista GEEMA; Delmar Cavalcante, coordenador do Sistema Estadual de Cultura; e Daniela Carvalho, assessora de comunicação do Plano Estadual de Cultura, entre vários outros.
Obs.:  Segundo algumas fontes da Câmara Municipal de Magé, não há nenhuma solicitação em relação ao desmembramento da secretaria de Cultura da de Educação, Esporte e Lazer, como informou, na ocasião, a secretária Ionete Reis.
Maiores informações:
(21) 2333-1332 ou 233-1336

sexta-feira, 21 de maio de 2010

ENCONTRO MUNICIPAL DE CULTURA

NÃO PODEMOS FICAR DE FORA!!!
Nós que colaboramos com a realização ou participamos da "I Conferência Livre de Cultura de Magé", realizada ano passado (29/11) pela ACEERCOM, e também os que não puderam ou não quiseram ir, não devemos perder essa oportunidade.
Mesmo com o pouco tempo que nos restou para debatermos tantas questões do tema, apenas 3 horas, não podemos desanimar.
ESTEJAMOS TODOS LÁ!!! por favor...




Repassem urgente...
Obs.: O nome certo da escola é "Benito Cozzolino".

quinta-feira, 20 de maio de 2010

MOTIVO DA NÃO REALIZAÇÃO DA CONFERÊNCIA DAS CIDADES do município de Magé

Relatório da Comissão do Fórum Livre da Sociedade Civil Organizada

Não realização da “Conferência das Cidades
do município de Magé”

O presente documento objetiva registrar todo o esforço e tentativas frustradas dos membros da Comissão criada durante a realização do “Fórum Livre da Sociedade Civil Organizada”, no dia 20 de março de 2010, na sede do Rotary Clube, para cobrar do Executivo Municipal uma posição sobre a realização da Conferência Municipal das Cidades, mediante “ato publicado em meio de divulgação oficial e/ou veículos de ampla divulgação, explicitando, na divulgação do evento, a sua condição de 'Etapa Preparatória Municipal da 4ª Conferência Nacional das Cidades'", que ocorrerá em Brasília. Para caso o Executivo não a convocasse, pudesse então ser realizada ou pelo legislativo ou entidades representativas no nível municipal, com no mínimo, quatro dos segmentos, conforme estabelecidos no art. 17, do “Regimento da 4ª Conferência Nacional das Cidades” (de acordo com a “Resolução Normativa no.: 10, de 30/06/2009” - publicada no Diário Oficial da União no dia 03/08/2009), disponível no sítio de internet do Ministério das Cidades.
 O  “Fórum Livre da Sociedade Civil Organizada”, se reuniu na data acima citada logo após o “Processo Eleitoral do Conselho Municipal de Assistência Social”, durante o qual esteve também presente o senhor Jorge Cosan Cosme Martins (na ocasião eleito atual presidente do referido Conselho), aproveitando a presença das entidades, trabalhadores e usuários da Política Pública de Assistência Social e outras ongs do Município de Magé, para discutirem assuntos de interesse comum, durante o qual foi dado um informe pelo senhor Mario Dias, representando a “União Nacional por Moradias Populares - UNMP” (organização membro do Conselho Nacional das Cidades e do Conselho Gestor do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social), alertando sobre o prazo e a importância da realização da Conferência Municipal das Cidades - oportunidade única para se levar ao poder público local nosso interesse de se discutir a cidade que pretendemos, “garantindo assim a continuidade e o aprimoramento do processo de participação e a efetiva contribuição da sociedade na formulação das políticas públicas, que devem ser pensadas e gestadas com participação social, conforme as diretrizes do Estatuto da Cidade” (baixe a Cartilha), pois “a construção da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano está fundamentada no reconhecimento, pelo governo, de que a participação na elaboração e execução das políticas é direito dos cidadãos”. Até porque, a “implantação e o fortalecimento do processo de conferências e conselhos, em todos os níveis da federação, têm como princípios a participação e o controle social, uma forma contínua de aproximar as ações dos governos à realidade da população”.
Assim sendo, para  não perdermos a oportunidade, foi então criada a Comissão para saber se a Conferência seria enfim convocada pelo “Executivo Municipal e pelo Conselho Municipal das Cidades, com a participação de representantes dos diversos segmentos, conforme proporcionalidade estabelecida no Regimento, pois devido aos prazos, precisariam constituir urgente uma “Comissão Preparatória”, que no caso do município não possuir o Conselho Municipal das Cidades, ou outro correlato à Política de Desenvolvimento Urbano, formalmente constituídos, essa Comissão seria formada pelos segmentos, conforme estabelecido no então art.17 do citado Regimento.
Depois das várias tentativas e encontros da nossa Comissão com as pessoas indicadas, inclusive de negociação com o senhor Ricardo Luiz Monteiro Francisco, atual secretário municipal de Planejamento, que por fim se desobrigou de realizá-la alegando sobrecarga de trabalhos com o IPTU, a não ser que o prefeito delegasse a ele essa obrigação; finalmente, ao término de uma outra reunião realizada nas dependências do Hospital Geral de Magé, nos foi garantido pela representante do gestor público, a senhora Marilene Formiga, atual diretora do Hospital, que poderíamos ficar tranquilos pois estava então confirmada a realização da Conferência pelo gestor e que nos articulássemos para participar e ajudar a construir e cumprir as formalidades legais. Passamos então o comunicado ao restante do grupo que compunha o “Fórum Livre da Sociedade Civil Organizada”, que ficou a espera da convocação oficial. Então, para nossa surpresa, chegou a alguns membros do nosso grupo um comunicado do dia 14/05 (sexta-feira), como documento “oficial”, assinado apenas pela senhora Marilene Formiga como a Coordenadoria da Conferência, que a mesma seria realizada no dia 18 de maio de 2010, das 8h às 18h, nas dependências do Rotary Clube de Magé - Casa da Amizade. O que seria inviável, pois não daria para se fazer cumprir as devidas formalidades legais, o que já invalidaria a mesma.
Diante do fato, e preocupados com a situação do pouco tempo que nos restava, articulamos por e-mails e telefonemas um encontro de caráter urgente, às vésperas da Conferência, no dia 17 de maio, as 16:30h, na Praça Dr. Nilo Peçanha (a do prédio da prefeitura), para relatar e discutir a questão com o maior número possível de representantes dos segmentos que formavam a Comissão, e outros interessados, para então, já com uma posição acertada, nos encontrar com o secretário de Planejamento, senhor Ricardo Luiz (o que estava agendado para as 17h), para que ele pudesse nos esclarecer sobre o ocorrido e comunicasse imediatamente ao prefeito dos impedimentos legais que anulariam a Conferência, se insistissem realizá-la da maneira proposta.
Assim aconteceu, todo o grupo foi recebido pelo senhor Ricardo e após alguns esclarecimentos, longa justificativa que nada tinha haver de fato com a pauta do encontro e várias tentativas de transferências de responsabilidades por parte do secretário, conseguimos enfim nos fazer entender como havíamos acertado com o coletivo, que da maneira pretendida a Conferência não poderia mais ser realizada e que também, por conta dos prazos perdidos, seria necessário que o gestor elaborasse um documento no qual o “Executivo Municipal assumiria a total responsabilidade da não convocação para a realização da Conferência das Cidades do município de Magé (RJ.), mesmo diante dos insistentes apelos e cobranças por parte dos segmentos da sociedade Civil demonstrando total interesse pela realização da mesma”. A proposta desse documento foi porque o coletivo entendeu que o mesmo  isentaria o grupo dessa responsabilidade, pois houve articulação para tal, mas devido a espera por conta da promessa assumida pelo gestor, não haveria mais tempo para a realização da Conferência, segundo o Regimento, por parte do legislativo ou entidades representativas em nível municipal. O encontro terminou logo após o secretário municipal de Planejamento, senhor Ricardo Luiz, se comprometer em providenciar esse documento junto a Procuradoria do Município, agendando um novo encontro no dia 20/05, no qual todos os presentes assinariam o documento.
Após o encontro nos reunimos na praça Dr. Nilo Peçanha para avaliação da nossa ação e todos os presentes decidiram, por unanimidade, acatar uma proposta de se elaborar e legitimar esse relatório como um “Documento de Protesto” que garantirá a comprovação de nossa ida a secretaria municipal de Planejamento em manifesta demonstração de nossa indignação e responsabilizando o Executivo Municipal pela não realização da “Conferência das Cidades do município de Magé (RJ.)”, sendo também uma garantia caso o gestor não providencie o documento sugerido.
Este relatório foi lido após sua conclusão por todos os articuladores presentes ao encontro relatado e pelos que demonstraram interesse na realização da referida conferência, ficando legitimado pelas assinaturas constantes no mesmo e por anexos na forma de abaixo-assinados, podendo ser exposto publicamente para conhecimento de todos.
Relator: Fernando Fernandes
Magé (RJ.), 20 de maio de 2010.

Esse documento e as assinaturas comprobatóritas se encontram a disposição de qualquer interessado, tanto na sede da ACEERCOM como em posse do senhor Mario Dias, representante da União Nacional por Moradias Populares - UNMP” (organização membro do Conselho Nacional das Cidades e do Conselho Gestor do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social). Confiram.

segunda-feira, 17 de maio de 2010


USP de São Carlos e Centro Acadêmico
reprimem a rádio livre Alternativa

Por RÁDIO LIVRE 11/05/2010 às 20:04
A rádio Alternativa, 107,3 FM livre, localizada no campus da USP de São Carlos, vinha reativando o seu coletivo quando sofreu duas agressões: primeiramente a sua antena foi furtada por ordem da Coordenadoria do Campus da USP e, a partir da semana passada, passou a ser alvo de ataques do Centro Acadêmico Armando Sales de Oliveira (CAASO): parte de seus equipamentos, incluindo seu transmissor, foram confiscados pelo Centro (equipamentos que já foram resgatados pela Rádio), e três estudantes foram aleatória e covardemente "denunciados" à USP como sendo supostos "membros da Rádio". E tudo isso mesmo sem que estivessem transmitindo.
"(...) Mas o que mais choca é a agressão moral e ética sofrida, ao ver-se criminalizada não por setores que historicamente combatem e criminalizam as Rádios Livres, mas pela própria gestão que atualmente ocupa a diretoria do CAASO. A Rádio Alternativa buscou o diálogo com a gestão Amarela por repetidas vezes, em reuniões do CAASO, por meio de cartas públicas e mesmo em Assembléia Geral dos Estudantes, e sempre recebeu o silêncio ou evasivas como resposta. Ela veio agora, de maneira excusa, cercada de ações agressoras à Rádio, mostrando ignorância em relação à legislação e ao debate do direito à comunicação, além de desprovimento de postura ética e abertura ao diálogo.
Por tudo isso, vimos aqui dialogar com os estudantes e cobrar, publicamente, direito de resposta à carta difundida pela diretoria do CAASO em seu Informe eletrônico. Também convidamos todos os estudantes para um debate sobre a democratização da comunicação e as rádios livres.
Participe do debate aberto sobre o direito à comunicação e o movimento de rádios livres: terça-feira, 11/05, às 18h, no CAASO da USP de São Carlos". [Leia a carta completa do coletivo Alternativa clicando no título do editorial]
NOTA DE APOIO:
O CMI-Brasil manifesta o seu apoio à reativação do coletivo da rádio livre Alternativa por sua importante contribuição à democratização da comunicação, à democratização da universidade e em respeito ao artigo V da Constituição do Brasil. Denunciamos o caráter inconstitucional de toda e qualquer forma de repressão à liberdade de expressão e ao diálogo.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO E COMUNICAÇÃO?
RÁDIO ALTERNATIVA NO CAASO!
"Rádio Alternativa FM 107,3 MHz - Emissora Livre $em Fin$ Lucrativo$". No Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (CAASO), na USP de São Carlos, sempre houve e ainda há estes dizeres impregnados seja com tinta nas paredes de seu espaço seja na memória daqueles que por ali passa(ra)m. Com atividades datando em mais de vinte anos, a Alternativa já passou por vários momentos de altos e baixos, e entrou o ano de 2009 em processo para a reativação plena de suas atividades. Justamente durante esse processo, sofreu novos e duros ataques (tanto de quem já se esperava quanto de quem menos esperávamos), sobre os quais gostaríamos de falar aqui.
Mas antes disto, qual vem a ser a idéia da Rádio Alternativa, de um grupo de rádio no CAASO? Nada mais do que fazer, por nossos próprios meios, aquilo que nos é negado pelos grandes meios de comunicação. Ou, em outras palavras, compor um coletivo que abrace a proposta de democratização dos meios de comunicação através da radiodifusão ? com autonomia e isenta de ditames mercadológicos ? procurando levar as pessoas da condição de ouvintes à de agentes ativos, construindo idéias conjuntamente, buscando a cultura e o conhecimento. Trata-se de uma Rádio Livre. De abrangência mundial, o Movimento de Rádios Livres propicia meios para a comunicação popular e a disseminação cultural, alheio aos modelos convencionais, sejam os legalizados de caráter comercial, sejam os clandestinos. Vale lembrar que Rádio Livre não é crime; é, sim, criminalizada por setores do Estado a partir de pressões dos meios comerciais de massa.
No que toca o CAASO, a Rádio Alternativa figura como uma iniciativa das mais abrangentes e importantes. O coletivo possui Estatuto e Código de Ética, que definem o papel da rádio, seus objetivos e as regras internas que os membros devem seguir. Eles foram aprovados em Assembléia. A Alternativa cumpre um papel fundamental de aproximar pessoas, tanto estudantes do Campus quanto moradores da cidade e estudantes das outras universidades, contribuindo na prática para a tão falada integração da universidade com a sociedade, e com o próprio papel cultural definido no Estatuto do CAASO.
No recente processo de reativação, o Coletivo da Rádio Alternativa sofreu, como dissemos, alguns duros golpes. Teve sua antena e sua torre de transmissão furtadas por ordem da Coordenadoria do Campus da USP (algo que de maneira alguma cabe a ela e que foi feito à margem de qualquer formalidade exigida para todos os seus atos) e, semana passada, parte de seus equipamentos, incluindo seu transmissor, confiscada pela Gestão Amarela do CAASO (equipamentos que já foram resgatados pela Rádio). Além disso, três estudantes foram aleatória e covardemente denunciados à USP como sendo supostos membros da Rádio. E tudo isso mesmo sem estarmos transmitindo.
Mas o que mais choca é a agressão moral e ética sofrida, ao ver-se criminalizada não por setores que historicamente combatem e criminalizam as Rádios Livres, mas pela própria gestão que atualmente ocupa a diretoria do CAASO. A Rádio Alternativa buscou o diálogo com a gestão Amarela por repetidas vezes, em reuniões do CAASO, por meio de cartas públicas e mesmo em Assembléia Geral dos Estudantes, e sempre recebeu o silêncio ou evasivas como resposta. Ela veio agora, de maneira excusa, cercada de ações agressoras à Rádio, mostrando ignorância em relação à legislação e ao debate do direito à comunicação, além de desprovimento de postura ética e abertura ao diálogo.
Por tudo isso, vimos aqui dialogar com os estudantes e cobrar, publicamente, direito de resposta à carta difundida pela diretoria do CAASO em seu Informe eletrônico. Também convidamos todos os estudantes para um debate sobre a democratização da comunicação e as rádios livres.

(Extraído do http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2010/05/471307.shtml)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Democratização da Mídia

Centro de estudos é criado para
discutir a democratização da mídia
Anderson Scardoelli, de São Paulo

Com o objetivo de discutir a democratização da comunicação no País, um grupo de jornalistas, pesquisadores e ativistas de movimentos sociais está criando o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. O nome é em homenagem ao jornalista Apparício Torelly, reconhecido como um dos criadores da imprensa alternativa no Brasil.
“Temos como iniciativa discutir a forma como a mídia atua no País. A intenção é criar uma alternativa à mídia, não uma mídia alternativa. Revelar ao mundo que não existem apenas os monopólios midiáticos”, explica o jornalista da Carta Capital Leandro Fortes, que faz parte do conselho da nova entidade.
O professor Laurindo Leal Filho, também membro do conselho, considera a criação do centro de estudos como um “avanço para a discussão de uma mídia que dá voz a quem está marginalizado pela mídia existente”.
Além de jornalistas da mídia alternativa, o centro de estudos possui profissionais que atuam na grande imprensa, como a repórter especial do Valor Econômico Maria Inês Nassif.
"A criação desse centro é interessante por que é de fora das empresas (de comunicação). Mas gente como eu, que está inserida em um grande jornal, também está no conselho. Essa mistura ajuda", avalia.
O lançamento do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé será na próxima sexta-feira (14/05), no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, às 21h, durante o seminário “A mídia e as eleições de 2010”.
Conheça a programação do seminário:
- Dia 14/05, sexta-feira, às 18h30:
A cobertura jornalística da sucessão presidencial
- Maria Inês Nassif – Jornal Valor Econômico;
- Leandro Fortes – Revista CartaCapital;
- Paulo Henrique Amorim – Sítio Conversa Afiada;
- Altamiro Borges – Portal Vermelho;
- Dia 14/05, sexta-feira, às 21h:
Coquetel de lançamento do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
Local: Auditório do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo (Rua Genebra, 25)
- Dia 15/05, sábado, às 9h:
Plataforma democrática para a comunicação.
- Marcos Dantas – professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro;
- Luiza Erundina – deputada federal do PSB-SP;
- Manuela D’Ávila – deputada federal do PcdoB-RS;
- Igor Felippe – assessoria de imprensa do MST;
- Dia 15/05, às 14h:
Políticas públicas para democratização da comunicação.
- Ottoni Fernandes – secretário executivo da Secom;
- Regina Lima (Abepec) – presidente da Abepec;
- Jandira Feghali – ex-secretária de Cultura do Rio de Janeiro;
- José Soter (Abraço) – coordenador nacional da Abraço.
As inscrições estão abertas até o dia 12/05, custam R$ 20, pelo telefone 11-3054-1829 ou e-mail britarare@gmail.com.

(Extraído do: http://www.comunique-se.com.br)

Cursos Gratuitos!!!

A Escola Livre de Cinema
de Nova Iguaçu 
abriu inscrições para novas turmas do 
Curso de DJ 
que acontecerá em seu 
Pólo de Áudio
(Escola Livre de Música Eletrônica)

Inicio do Curso: previsão para última semana de maio.
Horário: Sábado (tarde)
O processo seletivo será no dia 22 de maio na
Rua Geni Saraiva, 1110 - Cerâmica - Ponto Chic

As inscrições estão abertas, para garantir sua vaga entre em contato conosco. Só participará do processo seletivo quem estiver com o nome e contatos inscritos e aqueles que já haviam deixado nome na lista de espera.

A confirmação da inscrição é Obrigatória, do contrário, não será considerada válida.
Para se inscrever basta ligar para
2658-9955
ou
escolademusicaeletronica@gmail.com

Garanta logo a sua vaga,
como sempre é de
GRAÇA!!!
(Extraído do http://redecultura.ning.com)

Cursos Gratuitos!!!

A Escola Livre de Cinema
de Nova Iguaçu 
abriu inscrições para novas turmas do
 Curso de Cinema

Inicio do Curso: previsão para última semana de maio.
Horário: Sábado (tarde)

O processo seletivo será no dia 22 de maio na
Escola Livre de Cinema.

As inscrições estão abertas, para garantir sua vaga entre em contato conosco e faça sua inscrição, só participará do processo seletivo quem estiver com o nome e contatos inscritos e aqueles que já haviam deixado nome na lista de espera. A confirmação da inscrição é obrigatória, do contrário, não será válida.
Para se inscrever basta ligar para 
2886-3889.
A grade dos cursos e informações detalhadas estará disponível apenas na próxima semana, contudo, não deixem de se inscrever para o processo de seleção desde já.
Garanta logo a sua vaga,
como sempre é de
GRAÇA!!!
(Extraído do http://redecultura.ning.com)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

BAÚ de INFORMAÇÕES

Rádios comunitárias como meios
de politização do cotidiano
Por Rubermária Sperandio
1 - Resumo
Os debates e pesquisas em torno da comunicação comunitária, ao longo das últimas décadas têm aumentado consideravelmente. Com isso, observamos o surgimento de novas temáticas destinadas a consolidar novos paradigmas e perspectivas no cenário comunicativo. Este artigo não tem a pretensão de trazer para a reflexão uma temática inédita, mas a luz de estudos de temas afins acalorar um pouco mais o debate sobre este novo fenômeno cultural no nosso cenário midiático.
Nesta perspectiva, o texto aborda o contexto em que surgiram as rádios comunitárias, seus objetivos e o problema do apadrinhamento político vivenciado no setor, como entrave principal a comunicação democrática à que se propõe. Mostra - a partir da reflexão sobre o local, a cultura e a política nas rádios comunitárias - a importância dessa modalidade de comunicação para o estabelecimento de um verdadeiro debate na busca de um mundo mais justo e democrático. Evidencia a importância do apoderamento das rádios comunitárias pela comunidade local como único meio de libertá-las de apropriações inadequadas e indevidas e de devolvê-las a sua verdadeira razão de ser. O estudo é baseado em pesquisa bibliográfica, artigos, entrevistas e sites na internet.
2 - Introdução
Para falar sobre a comunicação comunitária no Brasil é preciso antes nos reportarmos ao contexto desencadeador dessa modalidade de comunicação.
A partir da implantação da indústria cultural no Brasil, na década de 40, embora muitos dos seus aspectos tenham sofrido transformações e inovações técnicas, o conteúdo e o modo de operação dos veículos da indústria cultural permaneceram os mesmos (Coelho, 2003, p. 89). Persistem as receitas de sucesso junto ao grande público; continua a publicidade intensa e insidiosa lançando mão de todos os recursos de manipulação para motivar e estimular a venda de seus produtos e ideias. E o pior, de quem são as ideias e os produtos? De uma pequena elite formada por nove famílias que controlam 80% dos meios de comunicação do Brasil.
Mas, segundo Abramo, a ambição do lucro, por si só, não explica a manipulação e a distorção dos meios de comunicação.
É evidente que os órgãos de comunicação, e a indústria cultural de que fazem parte, estão submetidos a lógica econômica do capitalismo. Mas o capitalismo opera também com outra lógica - a lógica política, a lógica do poder - é aí, provavelmente, que vamos encontrar a explicação da manipulação jornalística (ABRAMO, 2004, p. 43).
A grande mídia constitui uma coluna de sustentação do poder imprescindível como fonte legitimadora das medidas políticas anunciadas pelos governantes e das estratégias de mercados adotadas pelas grandes corporações e pelo capital financeiro. “Atua, enfim, como um ‘partido’ que, proclamando-se porta voz e espelho dos ‘interesses gerais’ da sociedade civil, defende os interesses específicos de seus proprietários privados” (ARBEX, 2003, p. 8).
As denúncias da manipulação dos meios de comunicação começaram a fazer parte da história do Brasil a partir da década de 60, ganhando intensidade nos anos 70 e no início dos anos 80. Foi nesse período que se formaram entre nós os grandes monopólios da comunicação. Este também foi o período da comunicação de resistência, articulada por sindicatos, comunidades e grupos da esquerda.
Dentro desse contexto de resistências surgiram as primeiras rádios comunitárias - no início denominadas de rádios livres. As motivações que levaram a instalação desse tipo de rádio livre, pautadas primordialmente pelo estabelecimento de canais alternativos de comunicação, foram os mais variados possíveis: políticos, ideológicos, interesses de classe, movimentos de minorias, motivações sociais e motivações religiosas. Mas, apesar da diversidade de causas, uma característica básica uniu todas as rádios livres - até mesmo, aquelas instaladas por motivos exclusivamente comerciais - a contestação sistema vigente de comunicação de massa (PERUZZO apud LOPES, 2005, p. 8).
Entretanto, foi a rádio Xilik a responsável pelo início da popularização da questão da democratização da comunicação no Brasil. A ideia de montar esta rádio surgiu de um grupo de professores e alunos da USP autodenominado os "doze apóstolos" – entre eles o professor Arlindo Machado, Caio Magri e Marcelo Masagão[1]. As informações controvertidas e desencontradas sobre a morte do presidente Tancredo Neves fornecidas pelos meios de comunicação de massa, em março de 1985, despertaram no grupo a vontade de ter uma rádio que pudesse fornecer uma versão real dos fatos.
Na década de 1990 o movimento de rádios livres popularizou-se, espalhando-se por todo o país. De baixa potência e com alcance limitado, a programação dessas rádios era restrita à comunidade, falava por intermédio de seus próprios agentes, numa relação de organicidade. Foi nesse momento que o termo rádio livre foi substituído por rádio comunitária, graças a forte identificação desse tipo de veículo de comunicação com as respectivas comunidades nas quais se inseriam.
Mas, apesar de terem surgido para contestar a manipulação e a centralização dos meios de comunicação servindo aos interesses e necessidade ignorados das comunidades pela comunicação de massa, estudiosos e representantes do movimento de rádios comunitárias vêm denunciando a sua utilização para fins político-partidários, comerciais e religiosos em geral.
O principal fator apontado como causa desse problema tem raiz na própria Lei 9.612/98 que regulamenta os serviços de radiodifusão comunitária no Brasil. A burocracia e as restrições contidas na legislação praticamente inviabilizam a atuação das emissoras: se antes da implementação da lei as rádios comunitárias eram perseguidas e fechadas sob a alegação do Ministério das Comunicações de que não existia um aparato jurídico que regulamentasse essa prática, hoje elas são fechadas porque não conseguem a outorga. Para dar inicio ao processo, há uma lista de exigências determinadas por esta lei que para cumpri-las, sem um padrinho político, é quase impossível.
Cristiano Lopes em sua Dissertação de Mestrado - Políticas Públicas de Radiodifusão: exclusão como estratégia de contra-reforma, nos dá uma dimensão desse complicado processo de outorga. Segundo ele, dos 14.006 processos de rádios comunitárias analisados neste estudo, entre 1998 e 2004, apenas 2.189 foram capazes de vencer as barreiras burocráticas, lembrando, ainda, que a maioria dos processos autorizados teve um padrinho político[2].
[...] ter alguém dentro da máquina burocrática que auxilie faz uma diferença enorme. As entidades que tentam sanar todos os problemas das associações e fundações comunitárias que não têm apoio de políticos não sabem como se dá o processo tão bem quanto os deputados, que contam com a assessoria de seus gabinetes que trabalham, muitas vezes, como despachantes desses processos, sanando documentação pendente e até apresentando essa documentação ao ministério. Então, é uma luta desigual (LOPES apud GASPAR, 2005).
O resultado dessa política de favorecimentos tem permitido a autorização e o funcionamento de rádios totalmente descomprometidas com a sua verdadeira função, ou seja, a de dar voz ao povo. Outra consequência é a apropriação direta e indireta das rádios comunitárias por políticos nas esferas municipais, configurando o que Vinicius Lima, em sua pesquisa, denominou de coronelismo eletrônico de último tipo.
Os novos coronéis eletrônicos, como os anteriores, continuam tendo no controle do voto a sua ‘moeda de troca’ básica com o Estado e a própria União. […] As rádios comunitárias, na sua maioria, são controladas, direta ou indiretamente, por políticos locais - vereadores, prefeitos, candidatos derrotados a esses cargos, líderes partidários (2007, p. 6-7).
Deste modo, ao invés de questionar o coronelismo existente no setor de comunicação no país, as rádios comunitárias acabam por reproduzir, em pequena escala, os mesmos mecanismos contestados pelo movimento que lutou pelo reconhecimento delas como um direito à liberdade de comunicação no Brasil, sob uma aparente feição comunitária.
3 - O local e a Cultura das rádios Comunitárias
Segundo o movimento de rádios comunitárias e conforme ratificado na Lei nº. 9.612/98[3], os objetivos primordiais de uma rádio comunitária é: dar oportunidade à difusão de ideias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da comunidade; oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade estimulando o lazer, a cultura e o convívio social; e capacitar o cidadão no exercício do seu direito de expressão e de cidadania.
Apesar de muitas rádios comunitárias terem alcance para além das fronteiras de suas comunidades, quer por questões geográficas, quer pela sua inserção na Internet, tacitamente, o seu compromisso é com a comunidade onde estão instaladas. A capacidade de interação e de democratização desse veículo de comunicação se deve justamente ao fato do mesmo ser de baixa potência e, consequentemente, estar restrito a um raio de alcance que dispensa a necessidade do modelo representativo.
A proposição de ação local das rádios comunitárias é corolário de uma nova prática de intervenção direta do cidadão nos processos sociais a partir do local de suas vivências. Uma alternativa ao modelo de representação por meio de instituições do Estado, o qual tem dado provas de sua inoperância no que até então se entendia como do âmbito de suas próprias e intransferíveis atuações, a exemplo da saúde, educação, habitação, segurança, etc. Até então entendido por muitos autores como instituição capaz de representar os interesses sociais, o Estado tem dado mostras significativas de que não é uma alternativa ao sistema econômico, mas sim um parceiro dos setores associados ao fluxo mundial de capitais.
Na atual globalização econômica têm papel central no fluxo rápido de capital os meios de comunicação. Apropriados por alguns Estados e por algumas empresas, os meios de comunicação tem como finalidade a exploração comercial feita por intermédio da indústria cultural, na qual a construção das identidades é feita em massa para atingir grandes contingentes de mercados, ignorando a diversidade simbólica e realidades locais. Segundo Milton Santos (2006, p. 40 - 41), o fato de a comunicação permitir que se saiba instantaneamente o que se passa em qualquer lugar do planeta, possibilitou que se cunhasse a expressão “aldeia global”. No entanto, ao contrário do que se dá nas verdadeiras aldeias, é mais fácil comunicar com quem está distante do que com o vizinho.
Sendo assim, os meios de comunicação local, no caso específico das rádios comunitárias, são imprescindíveis para o compartilhamento de informações que não encontram espaços para sua divulgação nos veículos comerciais. Elas têm sido consideradas capazes de intervir no fluxo comunicacional dominante para, através da participação nos processos de construção simbólica, processar uma nova cultura que garanta mais democraticamente o acesso a todos os bens produzidos pelo homem.
Nesse sentido, a construção de um mundo mais justo e igualitário pregado pelo movimento de rádios comunitárias, por intermédio da apropriação dos meios de comunicação, passa também pela transformação da cultura de minoria numa cultura comum a todos. Então, uma rádio, para ser considerada comunitária, com base em seus objetivos, precisa ser um meio de interação da cultura dos excluídos dos meios comunicativos. Esta cultura que ao ser alijada do processo de construção simbólica é também alijada dos meios de produção como um todo.
Entendemos as rádios comunitárias como um fenômeno cultural recente na intenção de introduzir na sociedade um novo conceito de programação, capaz de transformar a informação ideologizada em informação real a partir de vivências concretas. Segundo Peruzzo (2004, p 257), a programação de uma rádio comunitária “tende a ter um vínculo orgânico com a realidade local, tratando de seus problemas, suas comemorações, suas necessidades, seus interesses e sua cultura”. Ou seja, os conteúdos da programação de uma rádio comunitária são tão diversificados quanto às demandas da sua localidade.
Voltadas para a população carente, elas já conseguiram baixar o preço de alimentos, arrecadar remédios, cobertores, encontrar crianças perdidas, distribuir cestas básicas, promover a reconciliação entre pessoas e apaziguar grupos rivais, num mundo marcado pela falta de solidariedade e violência. […] têm promovido campanhas para limpeza de ruas, contra a poluição, contra o uso de drogas. Promovem gincanas esportivas, programas de orientação aos jovens, trabalhos para o desenvolvimento de potenciais artísticos nos segmentos de músicas e poesia da própria comunidade. Sua programação diferenciada se desenvolve para os diversos segmentos comunitários (COELHO NETO, 2002:24).
Neste caso, podemos afirmar que a programação das rádios comunitárias estaria contribuindo para a emergência de um conceito orgânico de cultura: o de cultura como modo de vida, pois ela nasce das necessidades do cotidiano. Este conceito coaduna com o conceito de cultura material de Raymond Williams, para o qual, cultura é mais do que literatura e outras artes. “É todo um modo de vida, longe de ser marginal ou subsidiária, é constitutiva do processo social, é um modo de produção de significado e valores mais básicos para o funcionamento de uma sociedade” (apud CEVASCO, 2003, p. 110 - 112).
A cultura entendida nesta visão tem a vantagem de promover o acesso de todos aos processos de produção simbólica e não apenas algumas mentes privilegiadas e brilhantes. Mas para isso é preciso dar as condições para que todos sejam produtores de cultura, e não apenas consumidores de uma versão escolhida par uma minoria.
[...] uma cultura comum não é a extensão geral do que uma minoria quer dizer e acredita, mas a criação de uma condição em que todas as pessoas, como um todo participem na articulação dos significados e dos valores, e nas consequentes decisões entre este ou aquele significado ou valor. Isso envolveria, em qualquer mundo real, a remoção de todos os obstáculos a precisamente essa forma de participação: essa é a razão para ter interesse nas instituições de comunicação, que, sendo dominada pelo capital e pelo poder do Estado, estabelecem a ideia de poucos comunicando para muitos, desconsiderando a contribuição dos que são vistos não como comunicadores, mas meramente comunicáveis (WILLIAMS apud CEVASCO, 2003, p 54).
4 - A Política nas Rádios Comunitárias
Em suas proposições acerca da participação democrática na construção simbólica dos processos culturais na modernidade, Williams explora as possibilidades de um aumento do número de produtores abertas pelas novas tecnologias. Entretanto, segundo este autor, para alcançarmos essa extensão, teríamos de escolher um tipo de organização econômica e, consequentemente, um outro tipo de organização social, que nos levasse a riqueza da cultura comum. Para isso, a tarefa aos que não estão satisfeito com a situação como está é derrotar no geral e no detalhe o sistema de significados e valores que a sociedade capitalista gera.
Dada a semelhança entre a cultura do cotidiano das rádios comunitárias e o conceito de cultura de Raymond Williams, poderíamos afirmar que as rádios comunitárias são portadoras de uma política cultural revolucionária?
Segundo Santos (2006, p. 134 - 145), a organização é importante como instrumento de agregação e multiplicação de forças afins, mas separadas. Por serem portadoras de um movimento constante, os símbolos das produções culturais correspondentemente locais por ser portadoras de um movimento constante seus símbolos são constantemente renovados e, portanto, difíceis de serem apreendidos vivamente. Além disso, conforme Gomes (apud Andriotti, 2004, p. 86) “a comunicação popular não pode se dar, a priori, como sendo obrigatoriamente ‘emancipadora’ – no sentido político e ideológico das esquerdas” - posto que ela não ocorre apenas nas formas de resistência à dominação, mas nas inúmeras formas de reprodução dessa dominação e em outros níveis, mais práticos e funcionais da vida cotidiana. Dessa forma, mesmo em rádios comunitárias surgidas dentro de movimentos sociais de esquerda, a sua pauta não pode se limitar apenas à luta pelo desmanche do Estado capitalista. As rádios comunitárias têm de lutar, antes, para que a vida dentro do sistema capitalista seja menos sofrível e essa luta engloba todas as vertentes políticas presentes dentro das comunidades. É por meio dessa luta, na convivência com o outro, que cada ser humano vai descobrindo como se dá a exploração a que está submetido. A tomada de consciência do funcionamento sistêmico do mundo é um dado fundamental na busca por uma política acima dos interesses partidários onde o centro seja o homem e não a economia. O sentido desta política não tem nada a ver com a política institucional. Esta última se funda na ideologia do crescimento da globalização que é conduzida pelo cálculo dos partidos e das empresas. A política das rádios comunitárias é baseada no cotidiano vivido pela comunidade e é alimentada pela simples necessidade de continuar existindo. É claro que os espaços locais acolhem os vetores da globalização, daí a presença simultânea de comportamentos contraditórios, alimentados pela ideologia do consumo. Mas este, por suscitar expectativas e desejos que não podem contentar, acaba servindo como alimento para o entendimento sistêmico das demandas não satisfeitas. Este processo, “via de regra, é lento. Mas isso não impede que, no âmago da sociedade, já se estejam, aqui e ali, levantando vulcões, mesmo que ainda pareçam silenciosos e dormentes” (SANTOS, 2006, p. 134). As demandas atuais por mais participação e inclusão nos processos sociais por meio das rádios comunitárias nos dão esse entendimento.
Segundo Peruzzo, a importância da comunicação comunitária, enquanto meio facilitador do exercício dos direitos e deveres de cidadania é inegável em muitas localidades do Brasil.
Talvez essa seja a razão da falta de políticas condizentes para o setor no Brasil, comprovada pela perseguição às rádios comunitárias e por uma legislação que procura mais dificultar do que favorecer a sua ação. Afinal, o desenvolvimento social não interessa a todos os setores da sociedade (2007, p. 75).
5 - Conclusão
Apesar dos problemas vivenciados pelas rádios comunitárias, a importância desta nova modalidade de comunicação no cenário da comunicação é inegável. Não fosse assim as inúmeras tentativas de rechaço a elas não se justificariam. Mas a pertinência de sua atuação não deve ser medida apenas pela negação a sua presença e sim pelos muitos progressos sociais feitos a partir dela. Entre eles, o mais importante tem sido a progressiva desmitificação da política cultural, mostrada em toda a parte, por meio da presença e da influência da cultura de massa. A partir desse entendimento, mesmo que ainda meio confusa, da manobra dos “de cima” que os alijados do processo comunicativo e cultural estão despertando para a importância da revalorização do local, da comunidade como espaço capaz de lhes assegurar uma maior participação nos processos e nos resultados das políticas sociais. A emergência do local como espaço de recostura do sujeito à estrutura é uma resposta à insuficiência do modelo indivualístico-universalista adotado pela modernidade.
Neste contexto, por meio da politização da vida cotidiana, as rádios comunitárias são os meios que, ao mesmo tempo, propiciam e divulgam esta nova forma de intervenção social. Por ser plural, sua programação possibilita a construção de uma cultura comum a todos ao considerar as contribuições de todas as pessoas na articulação dos significados e valores da sociedade em que vivem. Este tipo de participação é um dique a cultura produzida por uma minoria, ou como querem que a entenda, cultura “de massa”.
Mas, para que esses ideais sejam ao menos trilhados, pois dada à sociedade em que vivemos sejam difíceis de concretizarem plenamente, a comunidade precisa se conscientize disso e tomar posse de sua rádio mobilizando denúncias contra as rádios que não atuam devidamente enquanto comunitárias. À medida que as comunidades forem se apoderando de suas rádios comunitárias a razão de ser destes veículos será resgatada.
Bibliografia:
ABRAMO, Perseu. Significado da Manipulação na Grande Imprensa. In: _. Padrões da Manipulação na Grande Imprensa. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2003.
ANRIOTTI, Cristiane. O Movimento das Rádios Livres e Comunitárias e a Democratização dos Meios de Comunicação no Brasil. Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas.
ARBEX JUNIOR, José. O Legado Ético de Perseu Abramo e de Aloysio Bionde. In: ABRAMO, Perseu. Padrões da Manipulação na Grande Imprensa. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2003.
CEVASCO, Maria ELisa. Dez Lições sobre os Estudos Culturais. São Paulo: Boitempo Editorial, 2003.
COELHO NETO. Armando. Rádio Comunitária Não é Crime. São Paulo: Ícone, 2002.
GASPAR, Júlia.Rádio Comunitária Depende de Padrinho. Observatório da Imprensa. http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=330IPB004. Acessado em 13/03/2006.
LIMA, Venício A. de; LOPES, Cristiano Aguiar. Coronelismo Eletrônico de Novo Tipo (1999 – 2004). Disponível em: Acesso: 19 de out.2007.
LOPES, Cristiano Aguiar. Política de Radiodifusão Comunitária: Exclusão
como estratégia de contra-reforma. Dissertação de Mestrado apresentada a Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, 2005.
PERUZO, Cicília Maria Krohling. Rádio Comunitária, Educomunicação e Desenvolvimento. In: PAIVA, Raquel (Org). O Retorno da Comunidade: os novos caminhos do social. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007.
______. Comunicação nos movimentos Populares. 3 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2004.
SANTOS, Milton. Por uma Outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 13. ed. São Paulo : Record, 2006.
[1] Posteriormente, estes professores, lançaram o livro Rádios Livres: a Reforma Agrária no Ar, primeira publicação sobre o tema no país.
[2] O autor pode comprovar isso confrontando os processos outorgados com a lista de demonstração de interesse de deputados e senadores num programa de computador que foi instalado no governo Lula, por volta de 2003, dentro do Ministério das Comunicações, chamado Pleitos.
[3] O movimento de rádios comunitárias não concorda com a maioria dos ordenamentos dessa lei e afirma que ela faz parte de uma estratégia para engessar o processo de democratização do rádio. Contudo, segundo o movimento, o conceito de rádio comunitária nela formulado é condizente com os objetivos a que ela se propõe.
(Fonte: Núcleo Piratininga de Comunicação - http://www.piratininga.org.br/novapagina/leitura.asp?id_noticia=1323&topico=Comunica%E7%E3o%20Alternativa)

Rádios Comunitárias: O coronelismo eletrônico de novo tipo (1999-2004)
Por Venício Lima
As rádios comunitárias existem entre nós desde a década de 1980, muito antes de serem regularizadas em 1998. Mais recentemente elas têm ocupado com frequência as páginas e o espaço da grande mídia. Delas se tem notícia por supostas interferências no nosso caótico tráfego aéreo ou quando a Polícia Federal e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) executam as constantes ordens de apreensão de equipamentos transmissores e a prisão de operadores de rádios não-legalizadas.
As rádios comunitárias legalmente autorizadas, exploradas por associações e fundações, deveriam ser um dos mais importantes instrumentos para a efetiva democratização da comunicação no Brasil. Nelas deveria ser exercido o direito à comunicação por aqueles que, em geral, não o têm - até porque, muitas vezes, o desconhecem. Infelizmente, não é o que acontece.
Primeiro, porque a lei que regularizou as rádios comunitárias é excludente. Ela mais dificulta do que facilita o exercício do direito à comunicação. E, segundo, porque o processo de outorga para funcionamento de uma rádio comunitária é um interminável e tortuoso caminho que poucos conseguem percorrer. Existem milhares de pedidos de outorga aguardando autorização para funcionamento no Ministério das Comunicações.
Prática corriqueira
A hipótese de que as rádios comunitárias se transformaram em instrumento de barganha política, configurando uma prática a que chamamos de "coronelismo eletrônico de novo tipo", foi a orientação básica para o desenvolvimento da presente pesquisa - uma realização do Instituto Para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), com apoio da Fundação Ford.
Durante mais de 18 meses trabalhamos na construção de um banco de dados com informações sobre 2.205 rádios autorizadas a funcionar pelo Ministério das Comunicações (isto representa 80,44% das rádios que já haviam sido autorizadas até janeiro de 2007).
Em seguida, conseguimos realizar uma série de levantamentos com dados aos quais não se tem acesso público, dentre eles: estatísticas referentes ao número de processos autorizados pelo Ministério das Comunicações e aos processos encaminhados pela Presidência da República – Casa Civil/Secretaria de Relações Institucionais (SRI) ao Congresso Nacional; quadro estatístico com o número de outorgas concedidas individualmente pelos ministros que ocuparam o Ministério das Comunicações durante o período estudado; cálculo do tempo médio de tramitação dos processos na Presidência da República – Casa Civil/SRI; cruzamento dos dados referentes aos tempos de tramitação na Presidência da República – Casa Civil/SRI com os dados do banco de dados "Pleitos" (programa de cadastro e apreciação dos pedidos de “acompanhamento de processo” encaminhados por políticos ao Ministério das Comunicações); e cruzamento dos nomes dos representantes legais e membros das diretorias das rádios comunitárias analisadas com as seguintes listagens:
a) candidatos eleitos e derrotados nas eleições municipais de 2000 e 2004;
b) candidatos eleitos e derrotados nas eleições estaduais e federais de 1998, 2002 e 2006;
c) doadores de campanha nas eleições de 2000, 2002, 2004 e 2006;
d) membros de partidos políticos;
e) arquivos de publicações editadas nos municípios na qual operam as rádios comunitárias; e
f) lista de cotistas, sócios, diretores e membros de diretorias de entidades de radiodifusão comercial, educativa e comunitária.
Os principais resultados obtidos confirmam a existência de um quadro alarmante no setor: a maioria das rádios comunitárias funciona no país de forma "irregular" porque não logrou ser devidamente autorizada; e, entre a minoria autorizada, mais da metade opera de forma ilegal.
Entre as 2.205 rádios pesquisadas, foi possível identificar vínculos políticos em 1.106 – ou 50,2% delas. Embora exista uma variação considerável nesses vínculos entre os estados, o mesmo não acontece quando se comparam as regiões. Os cinco estados nos quais encontramos maior índice de vínculo político (Tocantins, Amazonas, Santa Catarina, Espírito Santo e Alagoas) representam o Norte, o Sul, o Sudeste e o Nordeste, quatro das cinco regiões brasileiras. Trata-se, portanto, de uma prática política nacional.
Descaminhos burocráticos
Identificamos, também, um número considerável de rádios comunitárias com vínculos religiosos: 120 delas, ou 5,4% do total. O domínio desses vínculos é da religião católica, com 83 emissoras, ou 69,2%; 33 emissoras, ou 27,5%, eram ligadas a igrejas protestantes; 2 emissoras, ou 1,66%, a ambas as religiões; 1 à doutrina espírita e 1 ao umbandismo.
Ainda que significativo, o resultado obtido certamente subestima a verdadeira prevalência de vínculos religiosos. As únicas fontes possíveis de informação eram noticiários, páginas oficiais das igrejas, informações contidas nos próprios estatutos das entidades ou as denominações "pastor" e "padre" nos nomes utilizados nas urnas pelos candidatos nas eleições pesquisadas.
Finalmente, comprovamos a existência de duplicidade de outorga em 26 emissoras - ou 1,2% das associações ou fundações comunitárias. Duplicidade significa a existência de ao menos um integrante da diretoria da rádio comunitária pertencente à diretoria de uma outra concessionária de radiodifusão educativa, comercial ou comunitária - algo proibido por lei. Em termos proporcionais, destacaram-se os estados de Mato Grosso, com 4,6% de duplicidades; Minas Gerais, com 2,1%; Rio de Janeiro, com 1,9%; Goiás, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, com 1,8%.
O conjunto de resultados confirma a hipótese central da existência de um "coronelismo eletrônico de novo tipo" envolvendo as outorgas de rádios comunitárias.
Já no início do processo de obtenção da outorga no Ministério das Comunicações fica claro que a existência de um "padrinho político" é determinante não só para a aprovação do pedido como para a velocidade de sua tramitação.
Na etapa seguinte - o Palácio do Planalto - alguns processos foram acelerados enquanto outros foram retidos sem qualquer razão de ordem técnica que justificasse tal procedimento. Na prática, o resultado é a outorga de rádios comunitárias para algumas entidades e a não-concessão para outras.
Consequências perversas
Finalmente, os dados revelam que existe uma intensa utilização política das outorgas em dois níveis: no municipal, em que elas têm um valor no "varejo" da política, com uma importância bastante localizada; e no estadual-federal, no qual se atua no "atacado", por meio da construção de um ambiente formado por diversas rádios comunitárias controladas por forças políticas locais que devem o "favor" de sua legalização a um padrinho político.
Dos 1.106 casos detectados em que havia vínculo político, exatos 1.095 (99%) eram relativos a um ou mais políticos que atuam em nível municipal. Além disso, todos os outros 11 casos restantes são referentes a vínculos com algum político que atua em nível estadual ou candidatos derrotados a cargos de nível federal. Não houve nenhum caso detectado de vínculo direto entre emissoras comunitárias e ocupantes de cargos eletivos em nível federal.
Confirmou-se, portanto, que o histórico vínculo entre concessões de radiodifusão e políticos profissionais [ver "Representação do Projor à Procuradoria Geral da República"] continua existindo na radiodifusão comunitária. Mas, agora, de forma inédita: é a municipalização do vínculo entre emissoras de radiodifusão e políticos profissionais por intermédio do "coronelismo eletrônico de novo tipo".
Quando se discute a digitalização do rádio e que se torna mais clara a necessidade de modificações no atual marco regulatório da comunicação eletrônica de massa, os resultados desta pesquisa, além de confirmar a prática política de um "coronelismo eletrônico de novo tipo", fazem emergir um panorama sombrio com consequências perversas para a consolidação da democracia brasileira. Conhecer este cenário é condição indispensável para transformá-lo.
(Fonte: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/download/Coronelismo_eletronico_de_novo_tipo.pdf)

Rádios comunitárias e a
democratização da mídia
Por Emir Sader
No Brasil as rádios comunitárias têm sido vítimas de repressão, com centenas de rádios fechadas nos últimos anos, em condições que buscam diversificar a expressão cultural e informativa, inclusive pelo fato de que o espectro radio-elétrico tem uma capacidade limitada, sendo patrimônio livre da humanidade, não podendo ser apropriado privadamente. Segundo a Convenção Americana sobre os Direitos Humanos: “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Este direito compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informação e ideias de todo tipo.” Trata-se de um direito de todas as pessoas e não apenas de jornalistas ou proprietários de meios de difusão.
Quando 26 rádios foram fechadas pouco tempo antes das eleições, Joaquim Carvalho, do departamento jurídico da Associação Brasileira de Radiodifusão afirmou que esse procedimento “faz parte de uma ofensiva de fechamento de emissoras que apoiavam a reeleição de Lula, perpetrada por gerentes regionais da Anatel que ainda seriam da época do governo de FHC”. Os fechamentos de emissoras não seriam ordenados pela presidência da República, mas pelo organismo de controle, o que não isenta a presidência de responsabilidades, ainda mais que esses fechamentos aumentaram durante o primeiro governo Lula.
Existe no Brasil uma lei aprovada em 1998 regulando a radiodifusão comunitária. No entanto o Associação Mundial de Rádios Comunitárias apresentou um documento à Corte Interamericana de Direitos Humanos, afirmando que: “Existem para as emissoras não comerciais discriminações explicitas em relação à utilização de um único canal para a totalidade do país, o que fere qualquer vocação pluralista em cada área coberta. Como isso não bastasse em termos de discriminação, sua potência é muito limitada, assim como sua área de cobertura, que não passa de uma área de um quilômetro. Isto se acentua porque elas não podem produzir recursos próprios, o que representa ser penalizadas por ter publicidade.”
Na campanha eleitoral se mencionou a disposição do governo de promover um projeto com o objetivo de “democratizar os meios de comunicação no Brasil”, mas existe o temor de que na realidade possam trazer ainda mais obstáculos às rádios comunitárias. Quando na realidade a defesa e promoção destas é elemento essencial no processo de democratização da mídia brasileira, multiplicando as vozes que se sentem sufocadas pelos monopólios privados da comunicação.
Nas últimas eleições, ficou claro que a grande maioria dos brasileiros discorda das orientações dessa mídia monopolista, votando no candidato quase unanimemente condenado por elas. É preciso que essas vozes possam se expressar, para expandir e consolidar a opinião pública alternativa, majoritária no Brasil de hoje.

Rádios comunitárias seguem 
resistindo à grande imprensa
Por Bruno Zornitta,
do Fazendo Media, abril de 2005

As elites sempre tentaram calar as vozes dissidentes, que contrariam o pensamento único. O oligopólio das comunicações é bastante eficaz nesse sentido. Veículos pequenos são sistematicamente engolidos pelo mercado. Basta lembrar o que a Globo fez com os jornais de bairro no Rio. E atentar para a parceria do império das comunicações com a ONG Viva Rio para que esta, por meio de sua rádio, distribua o áudio dos programas da Rede Globo às rádios comunitárias. Como se não bastasse isso, as emissoras comunitárias são vítimas de dura repressão do Estado, por meio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da Polícia Federal.
No início, as rádios eram fechadas por falta de uma legislação própria. Com o advento da Lei 9.612/97, que regulamenta o serviço de radiodifusão comunitária, as justificativas para a repressão mudaram. A Anatel passou a fechar emissoras baseando-se no artigo 19, inciso XV, da Lei Geral de Telecomunicações (LGT - Lei 9.472), que estabelece a penalidade de "busca e apreensão de bens". Em 1998, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do artigo, por ferir o princípio do devido processo legal. Além disso, a LGT não se aplica à radiodifusão, pois esta foi separada das telecomunicações por emenda constitucional, em 1997, por ocasião da privatização do sistema de telefonia.
Impedida de apreender os equipamentos, a Anatel passou a se utilizar do lacre, o que não está previsto em nenhuma lei. Isto porque a agência não possui poder de polícia, apenas fiscalizatório. Para resolver esse "problema", a Anatel passou a trabalhar em conjunto com a Polícia Federal. O resultado é que hoje a radiodifusão comunitária é caso de polícia. Os policiais invadem as rádios, muitas vezes arrombando as portas, algemando os comunicadores e até agredindo-os. "É lamentável reconhecer que existem cerca de dez mil pessoas sendo processadas hoje pelo crime de falar. São os presos políticos dos dias atuais", diz o dossiê "Querem calar a voz do povo - II", disponível na página do coletivo Intervozes (www.intervozes.org.br).
De acordo com o dossiê, a ANATEL fechou 7.612 emissoras em todo o país, somente entre 2002 e 2003. Ressalte-se que esta repressão conta com a cumplicidade da mídia colombina (referência à mulher sedutora da “Commedia dell arte”): "A grande imprensa é inimiga das rádios comunitárias porque elas estimulam a inteligência, promovem a cultura e fomentam a educação e a cidadania. As emissoras comerciais não querem o povo brasileiro sabedor dos seus direitos, organizando-se para exigir direitos, mas alienados, pasteurizados - ao invés de cidadãos, consumidores", afirma o documento. Refém da colombina, o governo destina mais da metade de sua verba publicitária para o império da família Marinho. "Em 2003, somente o Banco do Brasil botou 12,8 milhões na Globo, metade do que dispunha para publicidade em todo ano", denuncia o mesmo dossiê.
As Organizações Globo sempre promoveram intensa campanha de criminalização das rádios comunitárias, tanto por meio de seus veículos quanto por sua entidade representativa, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). De uns tempos pra cá, no entanto, a Platinada aderiu à velha estratégia do "se não pode vencê-los, junte-se a eles". Para isso, conta com a ajuda da Rádio Viva Rio, que até fevereiro deste ano ocupava uma frequência do Sistema Globo de Rádio.
O Viva Rio, por meio da Rede Viva Favela, oferece às rádios comunitárias a oportunidade de retransmitir os programas da TV Globo. Essa parceria representa uma ameaça à diversidade cultural, que deveria ser promovida por uma rádio que se diz comunitária. A Rádio Viva Rio alega estar tentando "enfrentar a imagem de clandestinidade" das rádios comunitária. Ingenuidade? Talvez. O certo é que a parceria contribui para o fortalecimento da hegemonia das Organizações Globo, sendo, portanto, um entrave à democratização da comunicação no país.
(*) Bruno Zornitta é estudante de jornalismo.
(www.fazendomedia.com)

domingo, 9 de maio de 2010

BAÚ de INFORMAÇÕES...

A demonização da rádio comunitária
Por Altamiro Borges*
Nas últimas semanas, houve um endurecimento da repressão às rádios comunitárias nas principais regiões metropolitanas do país. A senha para a nova ofensiva foi dada no 24º Congresso da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que reúne os “donos de mídia”, no final de maio. Na ocasião, Hélio Costa, ministro das Comunicações e homem de confiança da Rede Globo, anunciou o reforço das medidas de criminalização. Entre outras iniciativas, informou que solicitou ao Ministério Público o uso de “interdito proibitório” para punir as rádios, que intensificará as campanhas publicitárias para estigmatizar o setor e incentivar a delação e que o “seu” ministério exigirá total rigor na aplicação das penas de prisão.
“A partir de hoje estamos pedindo à Justiça que penalize esta falta de respeito. A pena para quem infringe a lei é de até dois anos de cadeia”, esbravejou o rejeitado ministro do governo Lula no evento da Abert para o deleite da plateia de empresários. Ele também convocou as emissoras privadas, maiores interessadas na perseguição às rádios comunitárias, para que “ajudem na conscientização da sociedade”, criando o clima de deduragem nas periferias da cidade. “Fazemos um apelo para todos que possam nos ajudar. Isto porque nós temos que ter o mínimo de informação para identificar o local da rádio pirata e efetuar as prisões”.
Pura tensão” nas periferias
Até a Folha de S. Paulo, com seu linguajar preconceituoso, constatou o avanço da repressão. “Os últimos dias foram de pura tensão para os donos das rádios clandestinas, livres, ilegais ou piratas, como costumam ser chamadas”. O repórter João Wainer percorreu alguns bairros da periferia de São Paulo e sentiu o clima de perseguição. Daniel, nome fictício de um dos entrevistados, protestou: “Faz 12 anos que minha rádio presta serviços à comunidade e agora eu tenho que ouvir um engravatado lá de Brasília vir dizer que eu sou criminoso”. A rádio de Daniel nasceu do movimento popular por moradia e hoje atua totalmente na clandestinidade, temendo a destruição dos equipamentos e a prisão de seus colaboradores voluntários.
Outro entrevistado, de codinome José, lembra que “todo o boteco da região sintonizava a nossa rádio. De dois anos para cá, a polícia intensificou a repressão e minha vida virou um inferno”. Já Donato teve a sua rádio fechada por policiais em junho de 2006. “Eles arrombaram a porta e fecharam tudo. Cheguei aqui e o transmissor tinha sido levado. Desde então, nunca mais pude transmitir”. Outro entrevistado, batizado de Humberto, afirma que não desistirá de seu projeto. “Sou um revolucionário e uso a rádio para passar a minha mensagem... As rádios oficiais pagam propina para que a polícia feche as piratas no bairro. Somos melhores que eles, estamos ganhando ouvintes e isso incomoda”.
Aeroportos e desculpa esfarrapada
O pretexto usado agora para o aumento da repressão é que as rádios comunitárias estariam interferindo na comunicação aérea, causando atrasos e transtornos nos aeroportos. A desculpa é das mais esfarrapadas e deveria corar de vergonha o ministro Hélio Costa. Segundo vários especialistas, a potência destas rádios é baixa, sendo facilmente redirecionada pelas torres de comando das aeronaves. Na verdade, as emissoras privadas, é que tem poder para interferir nas comunicações aeronáuticas. O relatório do Grupo de Trabalho Interministerial do governo federal registrou, entre maio e outubro de 2003, várias interferências causadas no aeroporto Santos Dummont, no Rio de Janeiro, por rádios comerciais, entre elas a Rádio Globo.
Segundo um fiscal da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que preferiu não se identificar numa entrevista ao Observatório da Imprensa, “todo dia recebemos denúncias de interferência de rádios outorgadas [as “legais”] na aviação. Em menos de uma hora comunicamos para que resolvam. Agora, se é uma rádio pirata, clandestina, nós não sabemos o telefone, o endereço. Tem que chamar a polícia e ela já vai armada, é crime”. Até o presidente da empresa Gol, Constantino Oliveira Junior, disse aos deputados e senadores da CPI do Apagão Aéreo que “a interferência de rádios ilegais na comunicação do piloto com a torre não põe em risco o voo, já que o piloto troca de frequência ou faz ponte com outras aeronaves”.
Segundo Marcus Manhães, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, a tentativa de culpar as comunitárias pelos atrasos e acidentes na aviação é preconceituosa e não tem fundamento, já que qualquer transmissão pode ser interferente, seja de rádio comercial, comunitária ou ilegal. “Utilizando a comoção dos acidentes aéreos fica fácil atribuir responsabilidade para quem é mais fraco”. Ele garante que uma rádio comunitária, com apenas 25 watts de potência e uma distância mínima de um quilômetro e meio dos aeroportos, conforme o autorizado pela legislação, não tem como interferir na frequência usada pela aviação. “As comunitárias têm o menor potencial de ser interferente. Já as rádios comerciais, por trabalharem com potências muito superiores, são as potencialmente interferentes”, afirma o especialista.
Os “interesses” de Hélio Costa
Comprovada a total “ignorância” do ministro das Comunicações, o que está por trás da sua fúria contra as rádios comunitárias? Na prática, o “homem da TV Globo” sempre defendeu os interesses das corporações da mídia - e até advogou em causa própria, já que é dono de rádios em Minas Gerais. Na sua triste gestão, emissoras de comunidades e movimentos sociais comeram o pão que o diabo amassou e não tiveram paz. Modestas salas de rádios comunitárias foram invadidas, transmissores foram apreendidos ou destruídos e comunicadores populares foram presos e hoje vivem na “clandestinidade”. Hélio Costa é culpado por um dos recordes negativos do governo Lula na comparação com FHC: o da repressão de rádios comunitárias.
Somente no ano passado foram fechadas 1.602 rádios comunitárias no Brasil. Segundo levantamento da Folha, nos primeiros cinco meses deste ano a Anatel fechou mais de 600 rádios - 90 delas em São Paulo. Como afirma Venício de Lima, autor do indispensável livro “Mídia: crise política e poder no Brasil”, esta postura é inadmissível num governo oriundo das lutas sociais e que é vítima da manipulação da ditadura midiática. “A eventual interrupção [nas conversas entre o piloto e as torres de comando dos aeroportos] provocada por uma ou duas rádios não justifica o aumento da repressão às demais rádios comunitárias. Se existem rádios ilegais, o ministério deveria apressar o processo de legalização, e não reprimir”.
O padrão estadunidense restritivo
Além da criminalização das rádios comunitárias, o ministro Hélio Costa já prepara outro golpe contra essa forma de democratização da mídia. No processo de digitalização das comunicações no país, prevista para começar em dezembro, o governo estuda a adoção do padrão estadunidense de rádio digital – In Band On Channel (Iboc). O sistema é altamente restritivo, com custos elevados e cobrança de royalties pela firma Ibiquity, dos EUA. Como explica Jonas Valente, do Coletivo Intervozes, o país até poderia adotar outros modelos, como o europeu e o japonês, ou investir em tecnologia nacional. Mas as rádios privadas, como a Globo, forçam a barra para impor o modelo ianque - e contam com a mãozinha do ministro Hélio Costa.
“Em São Paulo, as radiodifusoras já compraram mais de cem aparelhos no sistema norte-americano. Elas querem ganhar pela imposição”, alerta Jonas Valente. A própria Anatel já confessou que a introdução do padrão estadunidense levará a falência centenas de pequenas rádios comerciais, para não falar das rádios comunitárias. Só o transmissor do sistema “Iboc” custará cerca de R$ 30 mil; já o pagamento da licença, do “royaltie”, custará mais de US$ 5 mil. “Esse custo inviabiliza o sistema. As rádios comunitárias, educativas e culturais ficarão fora desse processo de transmissão digital”, denuncia Orlando Guilhon, presidente da Associação das Rádios Públicas Brasileiras e diretor da Rádio MEC.
(*) Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PcdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição)
(Extraído do http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=656)

COMUNICADO da FRENTE PARLAMENTAR em
DEFESA das RÁDIOS COMUNITÁRIAS
O movimento de rádios comunitárias tem alcançado dimensões extraordinárias no Brasil. Neste momento está em curso no país uma insidiosa campanha publicitária contra as rádios comunitárias. Ela está nos jornais, rádios e televisões, informando sobre “os riscos para a população da proliferação das rádios ilegais”. A campanha vem sendo movida pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), entidade que reúne as mais poderosas redes de comunicação do Brasil.
A campanha diz basicamente o seguinte:
As rádios operam ilegalmente no Brasil, agem clandestinamente, sonegam impostos, desrespeitam as leis do país, inclusive as leis trabalhistas;
Elas não têm compromisso com a sociedade, interferem na comunicação entre hospitais e ambulâncias, viaturas policiais e aeroportos.
A propósito desta campanha declaramos:
1. A atitude da ABERT é antidemocrática. As emissoras que compõem esta entidade são concessionárias de espaços que pertencem à União. Elas não são proprietárias destes espaços e muito menos dos outros que não lhe foram cedidos. São emissoras comerciais, e para elas o Governo tem uma política própria. Não podemos aceitar que usem o poder para coibir a expressão de emissoras menores.
2. Defendemos, acima de tudo, a democratização dos meios de comunicação, o legítimo direito do povo se organizar, fazer a informação e ser informado, como diz a Constituição (art. 5º, Inciso IX, art. 220º);
3. Somos contra a formação de oligopólios da comunicação, como bem proíbe a Constituição Federal, mas que sabemos que as grandes redes praticam essa ilegalidade;
4. Não há ilegalidade em montar e operar rádios comunitárias. É um direito consagrado pela Constituição e por leis ordinárias, incluindo tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. A lei regulamentou as rádios comunitárias em 1998 (Lei 9.612), mas há uma lentidão por parte do Ministério das Comunicações na análise dos mais de 20 mil pedidos de rádios comunitárias. A demora do governo estimula o surgimento de emissoras que não obedecem aos preceitos de uma rádio comunitária;
5. Afirmar que as rádios comunitárias sonegam impostos ou desrespeitam as leis trabalhistas são miragens produzidas por quem vê como um perigo a sociedade se organizar e poder discutir seus problemas. Conforme a própria lei que as regulamenta, as emissoras comunitárias são entidades sem fins lucrativos, e obedecem a legislação existente para o gênero;
6. Mais que uma miragem, trata-se de uma acusação leviana afirmar que as rádios comunitárias interferem sobre ambulâncias, aviões... Cada um desses serviços opera dentro de faixas específicas de frequência;
7. Finalmente, ao contrário do que diz a ABERT, as emissoras comunitárias têm compromisso com a sociedade. Já as rádios comerciais têm compromisso apenas com o lucro, com o mercado;
8. O artigo 221 da Constituição Brasileira diz que as emissoras de rádio e televisão darão preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, respeitando os valores éticos e sociais da pessoa e da família. As rádios comerciais cumprem esse preceito constitucional?
Pela coordenação da Frente:
Deputado Fernando Ferro
Deputado Walter Pinheiro
(Extraído do: http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=3566)

A História das Coisas e ...

... dos Cosméticos

Ruptura (Ato 1)