Prefeita de São Gonçalo aceita tombar terreno onde surgiu a umbanda
A prefeita da cidade de São
Gonçalo, Aparecida Panisset, decidiu por salvar o terreno onde se encontrava a casa que testemunhou o nascimento da umbanda, em Neves, transformando o local em museu.
Enfim, vitória para a mobilização, que depende de informações, esclarecimentos e participações de fato voluntárias e efetivas de pessoas sem amarras partidárias ou religiosas. Ótimo exemplo para evidenciar que as mobilizações são muito mais envolventes, responsáveis e poderosas, do que as simples "articulações", geralmente promovida como manipulações de pessoas ou grupos "partidaristas" na iminência de perderem seus privilégios.
De parabéns a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), na pessoa de Ivanir dos Santos, que conseguiu um "encontro com o chefe de gabinete da prefeita Aparecida Panisset, Eugênio Abreu, foi protocolado um documento pedindo tombamento do solo onde ficava a casa considerada berço da umbanda, vendida e demolida para a construção de uma loja. No local, foi realizada a sessão que fundou a religião, liderada pelo médium Zélio de Moraes, em 1908. Hoje, só há escombros do pequeno imóvel localizado na rua Floriano Peixoto, em Neves.
'Se você derruba o imóvel, ele pode ser reconstruído. A secretaria da Presidência da República se comprometeu, caso a prefeita ceda, articular a formação do Museu da Umbanda junto ao Ministério da Cultura', disse o babalaô Ivanir dos Santos'", [trecho extraído do jornal EXTRA On Line.]
'Se você derruba o imóvel, ele pode ser reconstruído. A secretaria da Presidência da República se comprometeu, caso a prefeita ceda, articular a formação do Museu da Umbanda junto ao Ministério da Cultura', disse o babalaô Ivanir dos Santos'", [trecho extraído do jornal EXTRA On Line.]
A casa onde foi fundada a umbanda, no bairro de Neves, em São Gonçalo, começou a ser demolida nesta segunda-feira Foto: Bruno Gonzalez / Extra |
por Fernando Fernandes
por Thamyres Dias (Revista On Line Conexão Afro)
Prefeita de São Gonçalo, Aparecida Panisset foto: Fabiano Rocha / Extra / 30.6.2008 |
Um decreto da prefeita - que é evangélica -, desapropriando o imóvel para fins culturais, resolveria o impasse. Procurada desde sexta-feira, porém, ela não ainda não se manifestou sobre o assunto.
"Um imóvel com essa importância histórica tem que ser desapropriado. Ela é evangélica, mas uma pessoa pública tem que estar acima da religião", reivindicou Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR).
A casa onde foi fundada a umbanda, em Neves: patrimônio da religião pode ser demolido foto: Roberto Moreyra |
De acordo com o arquiteto e urbanista Augusto Ivan Freitas Pinheiro, outros mecanismos para tentar evitar a demolição da antiga casa de Zélio Fernandino de Moraes, fundador da única religião 100% brasileira,seriam mais lentos.
"O Ministério Público pode embargar a obra, mas dependeria de uma decisão judicial. Já a prefeitura pode fazer isso quase que imediatamente", explicou Augusto.
Embora católico praticante, o cantor Martinho da Vila ficou indignado ao saber que a primeira sede da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade seria demolida.
"Acho um absurdo tentarem destruir uma coisa que é patrimônio nacional, patrimônio do Rio. Com certeza, se fosse outra religião nem ameaçavam derrubar. Faço um apelo pela preservação da casa", pediu o sambista.
Assim como Martinho, outras pessoas decidiram se manifestar à favor do tombamento da antiga casa de Zélio, em São Gonçalo. Até as 21h de ontem, o EXTRA havia recebido 68 mensagens com este assunto. Os remetentes eram desde umbandistas do Rio, Minas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul até hare krishnas de Brasília, passando por pessoas do México, de Portugal e do Japão.
O CEUB já solicitou o tombamento da casa como patrimônio histórico, mas o mais rápido segundo a informação da matéria seria um decreto da prefeita. Estamos tentando pressionar a prefeita enviando emails para ela - gabinete@pmsg.rj.gov.br
[Enviado por e-mail por Tania Jandira]
Divulgação voluntária: Fernando Fernandes
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