Assembleia da Amarc elege nova representação no Brasil
A IX Assembleia da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) no Brasil reuniu no Rio de Janeiro militantes que lutam pelo direito à comunicação das cinco regiões do país entre 11 e 14 de agosto. Uma nova gestão foi eleita.Rádios Comunitárias, ativistas e centros de produção na assembleia da Amarc Brasil |
Nos próximos dois anos, Arthur William será o representante nacional da Amarc. Já Denise Viola foi escolhida para estar à frente da Rede de Mulheres da associação.
Um conselho também foi eleito pela Assembleia. A nova gestão inclui a Rádio Comunitária Independência, da cidade de mesmo nome, no Ceará; o Ilê Mulher, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; e o associado individual Dioclécio Luz, pesquisador de rádios comunitárias em Brasília.Foram escolhidos como conselheiros suplentes a Rádio Comunitária Nativa FM, de Altamira, no Pará; e a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) do Norte do Ceará.
Ganha destaque a militância das mulheres na busca pela igualdade de gênero na comunicação e na sociedade. No entanto, Denise Viola acredita que ainda falta uma melhor articulação da Rede de Mulheres da Amarc com outras organizações e movimentos feministas. Ela diz que nos próximos dois anos o principal desafio será fortalecer a organização interna das mulheres da rede.
Como desafio para as rádios comunitárias, Arthur William destaca a luta pela construção do novo marco regulatório das comunicações no Brasil. Ele avalia que a atual lei “criminaliza o movimento” e aponta para a necessidade de uma norma que garanta “o exercício positivo da radiodifusão comunitária”, vista como uma ação de interesse público.
A presidenta mundial da entidade, Maria Pía Matta, e o vice-presidente da Amarc na América Latina e Caribe, Carlos Aparício, contribuíram com a Assembelia brasileira. Eles ressaltaram que a Amarc tem a radiodifusão comunitária como ferramenta para a construção de paz, justiça, solidariedade e de um modelo de desenvolvimento para o mundo que respeite a cultura e o meio ambiente.
A IX Assembleia de Associadas da AMARC Brasil elegeu o seguinte Conselho para a gestão 2011-2013:
- Arthur William – Unirr (Representante nacional) – RJ.
- Denise Viola – associada individual (Rede de Mulheres) – RJ.
- Dioclécio Luz – associado individual – DF.
- Rosmari Castilhos – Ilê Mulher – RS.
- Rosa Gonçalves – Rádio Comunitária Independência FM – CE.
Suplentes:
- Manoel Peixoto (Bael) – Abraço Norte Ceará – CE.
- Domingos de Morais – Rádio Comunitária Nativa FM – PA.
Associadas presentes:
- Andreas Behn – associado individual (RJ)
- Antônio Sousa da Silva – Rádio Comunitária Independência FM (CE)
- Arthur William – Unirr (RJ)
- Célia Rodrigues – assoc. individual (CE)
- Cléber Silva – assoc. individual (BA)
- Denise Viola – assoc. individual (RJ)
- Dioclécio Luz – assoc. individual (DF)
- Divina Jordão – Assoc. Mulheres na Comunicação (GO)
- Domingos de Morais – Rádio Comunitária Nativa FM (PA)
- Fidélis Paixão – Rádio ComVida FM (PA)
- Iara da Rosa – Ilê Mulher (RS)
- João Paulo Malerba – Criar Brasil (RJ)
- Jorge Freire – Rádio Comunitária Novos Rumos (RJ)
- Lígia Kloster Apel – assoc. individual (AC)
- Luzia Franco – Rádio Comunidade Friburgo (RJ)
- Manoel Peixoto – Abraço Norte Ceará (CE)
- Marçal Oliveira – Rádio Comunitária de Teresópolis (RJ)
- Marcus Aurélio de Carvalho – Unirr (RJ)
- Margarida da Silva – Centro de Mulheres do Cabo (PE)
- Michele de Souza – Rádio Comunitária Araça FM (PB)
- Rogério Silva – Rádio Heliópolis (SP)
- Rosmari de Castilhos – assoc. individual (RS)
- Sérgio Pires – Rádio Comunitária Tupancy (RS)
- Sônia Lima – Liberta (PB)
- Zacarias Silva (Píter Júnior) – Rádio Comunitária Coité FM (BA)
Carta Reafirma Luta da Amarc no Brasil
Na carta final da IX Assembleia da Amarc no Brasil, a entidade se compromete com a luta pela democratização da mídia e pelo direito humano à comunicação por meio das rádios comunitárias, centros de produção e ativistas de mídia
comunitária reunidos na rede.
A Amarc Brasil (Associação Mundial de Rádio Comunitárias), em sua IX Assembleia Nacional, realizada no Rio de Janeiro, de 12 a 14 de agosto de 2011, reafirma sua luta pela democratização da mídia e pelo direito humano à comunicação, em uma rede que reúne rádios comunitárias, centros de produção e ativistas que atuam no campo da comunicação comunitária.
A AMARC Brasil é parte de um movimento internacional de caráter laico, sem fins lucrativos, que visa contribuir para o desenvolvimento sustentável e equitativo, primando pela liberdade de expressão dos povos, e atuando em parceria com rádios, federações e representações locais de emissoras comunitárias.
A AMARC Brasil entende por comunidade grupos de interesse, e, portanto, defende que não deve haver limites pré-estabelecidos referentes a áreas geográficas, de serviços, cobertura, potência ou número de estações em uma localidade, região, ou país, salvo restrições razoáveis devido à limitada disponibilidade de frequências ou necessidade de impedir a concentração na propriedade de meios de comunicação.
A AMARC Brasil atua política e comunicacionalmente através de consultoria, coordenação, cooperação, intercâmbio e promoção da comunicação comunitária.
A AMARC Brasil representa politicamente suas associadas e tem como princípio apoiar e fortalecê-las, seja no debate político, seja na formação para melhor gestão, produção de conteúdo, ou melhor compreensão da legislação a fim de que possam atuar como protagonistas da luta pelo direito à comunicação.
A AMARC Brasil entende a radiodifusão comunitária como ferramenta na construção de um outro modelo de desenvolvimento, paz, justiça e solidariedade, contando, inclusive, com uma rede de mulheres para buscar a equidade de gênero na comunicação e na sociedade.
Num contexto no qual se constrói um novo marco legal para as comunicações no país, a AMARC Brasil, em consonância com a luta pelo direito à comunicação nos outros países onde se faz presente, vem somando esforços com outras entidades na formulação de propostas que garantam a implementação deste direito. Inclusive, a AMARC Brasil apoia e incentiva que suas associadas integrem outras redes e associações, de forma a se fortalecerem individualmente e fortalecerem a luta pelo direito humano à comunicação.
No Brasil, está presente em diversas articulações da sociedade civil organizada, como Frente Parlamentar Frentecom, Campanha Banda Larga, entre outros espaços de mobilização dos movimentos sociais.
Este é compromisso da AMARC com a construção da democracia no Brasil e no mundo, através da democratização dos meios e da garantia do direito humano à comunicação.
(Conteúdo preparado a partir do original extraído na íntegra do
http://amarcbrasil.org/carta-da-9-assembleia-da-amarc-brasil/)
Contribuição voluntária: Fernando Fernandes
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