quinta-feira, 25 de agosto de 2011

REPRODUZINDO... Agência Informativa Pulsar - Brasil

ENTREVISTA - JORNADA NACIONAL DE LUTAS
Jornada Nacional de lutas une trabalhadores do campo e da cidade
A Pulsar Brasil entrevistou o coordenador nacional da Via Campesina e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), José Valdir Misnirozicz, sobre as mobilizações da Jornada Nacional de Lutas. A ação encerra hoje (24) em Brasília.
A Jornada teve início no último dia 17 e contou com atividades em todas as regiões brasileiras. Um grande ato público em Brasília encerra hoje a Jornada, integrando trabalhadores da cidade e do campo. Eles defendem a reforma agrária e melhorias em serviços como saúde e educação, assim como a diminuição da jornada de trabalho.
As entidades também se posicionam contra o projeto “Brasil Maior”, que concede incentivos fiscais às grandes empresas, principalmente, transnacionais. Também denunciam a entrega de 40 bilhões de reais às empreiteiras para a realização das obras da Copa de 2014 e da Olimpíadas de 2016.
Quanto à resposta do governo às demandas dos trabalhadores, Valdir discorda que o problema seja a falta de recursos. Ele afirma que, na verdade, o problema está relacionado à corrupção e aos gastos com as dívidas externas.
Ouça a entrevista. (pulsar)
Áudios disponíveis:
Pulsar Entrevista - Coordenador nacional da Via Campesina e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), José Valdir Misnirozicz sobre a Jornada Nacional de Lutas. - 4 min 11 seg. (1,97 MB)
SÃO PAULO - FRAUDE
Syngenta cometia fraude para não pagar direitos trabalhistas
A transnacional Syngenta contratava trabalhadores rurais no interior de São Paulo por meios de empresas de fachada. Com isso, deixava de pagar direitos trabalhistas. Para fugir de processo, a empresa se comprometeu a regularizar a situação. ()
Um acordo judicial foi assinado junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) em Ribeirão Preto, São Paulo. De acordo com o procurador do Trabalho Henrique Correia, o contrato da Syngenta com as terceirizadas previa a exploração de atividades agrícolas. Isso se caracteriza como “terceirização ilícita”, já que esta é a área de atuação da empresa.
O procurador conta que de início a Syngenta não teve interesse de fazer um acordo. Por isso, o MPT entrou com uma Ação Civil Pública a fim de regularizar o caso. A fraude livrava o grupo suíço de encargos trabalhistas, fiscais e previdenciários.
Henrique Correa explica que o compromisso assumido pela Syngenta foi de oferecer aos terceirizados as mesmas condições que a empresa oferece aos seus empregados. Caso as empresas terceirizadas não paguem as verbas trabalhistas, a Syngenta será responsável pelos encargos.
A Syngenta lidera a produção mundial de sementes. A empresa terá que reverter 300 mil reais à Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), a título de indenização por danos morais. Se descumprir o acordo, o grupo terá que pagar multa de 4 mil reais a cada trabalhador prejudicado pela infração cometida.(pulsar/np)
PESQUISA - MÍDIA
MST é visto como violento por grandes meios de comunicação
É o que aponta a pesquisa “Vozes Silenciadas”, que será lançada pelo Intervozes hoje (24) em Brasília. A publicação demonstra que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é tratado de forma pejorativa na mídia.
Quase 60% das matérias analisadas utilizaram termos negativos para se referir ao MST. O termo que predominou foi “invasão” e seus derivados, como “invasores” ou o verbo “invadir”. Ao todo, foram usadas 192 diferentes palavras negativas.
A maioria dos textos analisados cita atos violentos. O relatório mostra que em 42,5% deles, o MST aparece como o autor da violência. A análise aborda a cobertura midiática durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o MST, realizada em 2010.
A pouca relevância dada às reivindicações do movimento e a exclusão do MST como fonte são outros pontos levantados. Nas matérias que relacionaram MST e eleições, por exemplo, o movimento não aparece como fonte nos debates sobre políticas agrárias, mas é apenas mencionado pelos dois principais candidatos do pleito nacional.
As matérias usadas na pesquisa foram publicadas nos jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo; nas revistas de circulação nacional Veja, Época e Carta Capital; e nos telejornais Jornal da Record e Jornal Nacional, da Rede Globo. (pulsar)
CHILE - EDUCAÇÃO
Trabalhadores no Chile promovem paralisação de 48 horas
A Central Unitária de Trabalhadores do Chile convocou uma paralisação para hoje e amanhã (25). Os trabalhadores exigem uma nova Constituição Política e um novo Código de Trabalho. A ação reúne vários setores trabalhistas.
A paralisação também faz crítica ao atual modelo econômico. A Central de trabalhadores afirma que a ação política envolve 80 organizações. Entre as demandas, estão a realização de uma reforma tributária, mudanças no sistema de previdência social e uma melhor atenção à saúde do trabalhador.
O governo chileno qualificou a paralisação como “ilegal e injustificada”, dizendo que situações de violência serão de responsabilidade das entidades que convocaram o ato público.
A Central reivindica a convocação de um plebiscito para resolver os temas de interesse nacional. A jornada de protestos dos trabalhadores apoia as mobilizações estudantis, que já ocorrem há três meses no país.
Numa tentativa de negociação, a Confederação de Estudantes do Chile (Confech) entregou ao governo nesta terça-feira (23) um documento com 12 reivindicações por uma educação pública, gratuita e de qualidade. No entanto, o ministro de Educação, Felipe Bulnes, respondeu que o único espaço para o diálogo é o Congresso.
Para o encerramento das atividades dos trabalhadores chilenos, manifestações serão realizadas nesta quinta-feira (25) na capital do país, Santiago. (pulsar)
PERU – INDÍGENAS
Peru aprova Lei de Consulta Prévia a povos tradicionais
O Congresso peruano aprovou por unanimidade a Lei de Consulta Prévia. A norma reconhece o direito de comunidades tradicionais serem consultadas sobre ações que afetem o entorno de seus territórios.
A lei havia sido aprovada em maio de 2010 após a união entre diversas forças políticas, povos andinos e amazônicos. No entanto, foi vetada pelo então presidente do Peru, Alan García.
Organizações sociais, indígenas e de direitos humanos continuaram a reivindicar a urgente aprovação da lei. Explicam que a norma pretende evitar conflitos causados pela entrega de concessões a mineradoras e petroleiras, como exemplos, sem a consulta aos povos tradicionais.
Com a aplicação da norma, o Estado peruano será o responsável por tomar medidas que garantam os direitos coletivos dos povos indígenas no país.
O direito à consulta previa aos indígenas está reconhecido no Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Este instrumento internacional de direitos humanos tem força jurídica no Peru desde 1995. (pulsar)
Agência Informativa Pulsar Brasil - fim do envio
www.brasil.agenciapulsar.org
brasil@agenciapulsar.org
(Reprodução Voluntária: Fernando Fernandes)

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